21 setembro 2015

Resenha: O Hobbit - J.R.R. Tolkien

Dando prosseguimento às resenhas sobre as obras do Professor Tolkien, o livro da vez é “O Hobbit”. Os fatos narrados em O Hobbit transcorrem 60 anos antes dos acontecimentos da Saga do Anel. Também intitulado como Lá e de Volta outra Vez, O Hobbit foi publicado há exatos 78 anos, em 21 de setembro de 1937.

Gandalf Visits Bilbo - Hidelbrandt

Assim como disse na resenha de “O Senhor dos Anéis”, ao ler os primeiros livros do Mestre Tolkien não tinha nenhuma referência visual sobre os personagens ou cenários, com exceção do Mago Gandalf, que estampava a capa do volume único da trilogia, já que não havia toda essa exposição decorrente das adaptações cinematográficas. Li O Hobbit alguns meses depois de terminar O Retorno do Rei, estava ávido por mais aventuras na Terra-Média, hobbits, elfos e até orcs. Nessa resenha procurei não me prolongar demais, além de não revelar todos detalhes sobre o enredo. Acredito que muitos conhecem a história de como O Hobbit foi concebido, uma folha de papel em branco e uma frase aparentemente sem sentido, “Num buraco no chão vivia um hobbit...” Assim se iniciou uma das mais importantes histórias de fantasia de todos os tempos.  

ALERTA: O texto abaixo contém informações que podem ser consideradas spoilers!

"Numa toca no chão vivia um hobbit. Não uma toca desagradável, suja e úmida, cheia de restos de minhocas e com cheiro de lodo, tampouco uma toca seca, vazia e arenosa, sem nada em que sentar ou o que comer: era a toca de um hobbit, e isso quer dizer conforto."


Essa é a história de Bilbo Bolseiro, um hobbit morador do Condado, que como todos os hobbits aprecia boa comida e uma boa erva-de-fumo, e não tem apreço algum por aventuras. Sua vida transcorre tranquila até que o enigmático Mago Gandalf vai ao seu encontro, e a partir disso, tudo toma um rumo totalmente diferente. Além de Bilbo e Gandalf, temos como personagens centrais da trama a companhia dos anões, composta por 13 membros: Dwalin, Balin, Dori, Nori, Ori, Oin, Gloin, Bifur, Bofur, Bombur, Kili e Fili, além de seu líder Thorin Escudo-de-Carvalho, herdeiro de Erebor, a Montanha Solitária. Bilbo é contratado como ladrão da companhia, e apesar de sua relutância inicial acaba partindo de sua pacata vida pra uma grande aventura, o objetivo é “simples”, recuperar o tesouro das mãos do terrível dragão Smaug.

An Unexpected Party - Alan Lee

A companhia enfrenta inicialmente trolls, é nesse trecho que Bilbo consegue sua espada Ferroada, que mais tarde pertenceria a Frodo. Em seguida, somos apresentados a Valfenda - A Última Casa Amiga, lar de Elrond Meio-elfo, onde eles descobrem um segredo no mapa que possuem, há uma entrada secreta em Erebor. Seguindo seu caminho, nas Montanhas Sombrias são atacados por orcs, e é aqui que algo que parecia não ter tanta importância acontece, Bilbo encontra Gollum, e o Um Anel, um aparente anel mágico da invisibilidade que anos mais tarde se revelaria como o mais perigoso artefato da Terra-Média. Bilbo e Gollum se enfrentam num desafio de charadas, e no fim o hobbit fica com tal item.

The Riddle Game - Ted Nasmith

De volta à companhia de Gandalf e dos anões, são cercados por orcs e wargs e somente com ajuda das águias conseguem escapar. Seguem até o lar de Beorn, um troca-peles onde recuperam suas forças. A viagem prossegue pela Floresta das Trevas agora sem Gandalf, onde enfrentam aranhas gigantes e os anões são capturados por elfos do rei Thranduil (pai de Legolas), com ajuda de seu anel, Bilbo invisível consegue livrar seus companheiros, que descem o rio dentro de barris até Esgaroth, a Cidade do Lago, já próxima à Montanha Solitária. É através da porta secreta que o ladrão da companhia deve se esgueirar para o interior de Erebor. Invisível, Bilbo encontra Smaug, e se identifica como cavaleiro do barril, isso acaba despertando a fúria do dragão contra a Cidade do Lago. Bard, o arqueiro derrota Smaug atingindo-o em seu único ponto vulnerável. 

Beorn the Berserker - Hidelbrandt

Bilbo que havia encontrado a pedra Arken, o maior tesouro de Erebor, a esconde dos anões. Thorin, agora o rei sob a Montanha, pede ajuda a seu primo Dain Pé-de-Ferro, já que homens e elfos exigem uma parcela do tesouro de Erebor. Para tentar evitar uma guerra, Bilbo entrega a pedra Arken aos homens, o que deixa Thorin profundamente ressentido. Nesse ínterim Gandalf retorna, alertando pra um grande exercito de orcs e wargs que se aproxima, anões, elfos e homens se unem para enfrentar um inimigo em comum, na chamada Batalha dos Cinco Exércitos, participam também as águias e o troca-peles Beorn. Os orcs são derrotados, porém há perdas irremediáveis do lado dos anões, a aventura tinha chegado ao fim, restava agora o retorno pra casa.

Smaug the Golden - John Howe

O Hobbit tem um tom mais leve quando comparado ao Senhor dos Anéis, a história é mais curta, porém cheia de reviravoltas e muita ação, um ponto que certamente merece destaque são as canções, sobretudo as cantadas pelos anões em “Uma Festa Inesperada”, na casa de Bilbo. Apesar de Tolkien descrever bem cada anão, inclusive a cor de seus mantos, é notório que há pouco tempo para explorá-los individualmente, afinal o foco é todo para nosso simpático Bilbo, que certamente é o hobbit mais simpático da Terra-Média. Um livro indicado pra todas as idades, porta de entrada ideal para o mundo de fantasia criado pelo Professor, se você caro leitor ainda não leu, não perca tempo, adentre a esse belo cenário repleto de surpresas inimagináveis.

Até a próxima!!!

2 comentários:

  1. Fala, Yanker! Fico feliz de ler a continuação das postagens com resenhas das obras do Professor por aqui! Ao contrário de você eu só fui ler O Hobbit muito recentemente e já carregava boas referências visuais dos filmes comigo quando o fiz, mas isso não atrapalhou a leitura em momento algum. A jornada de Bilbo é bem envolvente e me identifiquei muito com ele desde a relutância inicial em abandonar sua confortável toca de Hobbit e partir do Condado até o jeito pacífico mas assaz estratégico com que conduziu o desfecho da batalha final.

    Não poderia me esquecer da sensação de admiração e estupefação absurdas que tive ao ler a "simples" descrição do Smaug deitado displicentemente sobre o tesouro: "ouro além de qualquer preço ou conta". Tolkien constrói cenas como ninguém! E o jogo de charadas? Eu perderia na primeira para o Gollum! :D

    Eu conheci o Professor com SdA mas também indicaria O Hobbit primeiro para os iniciantes. Realmente ele é mais leve, mais fluido e não perde em fazer mágica com a nossa imaginação quando lido. Nem preciso dizer que curti sua resenha e de como foi bom relembrar alguns destes momentos. Parabéns pelo conteúdo e que venham as próximas! Abraço! o/

    Airechu
    Navegador da nave Interlúdio, navegando pelo Multiverso X
    http://multiversox.com.br

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    Respostas
    1. Valeu Airechu! Ah, com certeza também perderia de primeira no jogo de charadas rsrs. Está sendo bem gratificante relembrar as leituras das obras do Professor, em breve a resenha do Silmarillion deve aparecer por aqui.
      Grande abraço!!!

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