Dando
prosseguimento às resenhas sobre as obras do Professor Tolkien, o livro da vez
é “O Hobbit”. Os fatos narrados em O Hobbit transcorrem 60 anos antes dos
acontecimentos da Saga do Anel. Também intitulado como Lá e de Volta outra Vez,
O Hobbit foi publicado há exatos 78 anos, em 21 de setembro de 1937.
Gandalf Visits Bilbo - Hidelbrandt |
Assim
como disse na resenha de “O Senhor dos Anéis”, ao ler os primeiros livros do
Mestre Tolkien não tinha nenhuma referência visual sobre os personagens ou
cenários, com exceção do Mago Gandalf, que estampava a capa do volume único da
trilogia, já que não havia toda essa exposição decorrente das adaptações cinematográficas. Li O Hobbit alguns meses depois de terminar O Retorno do Rei, estava ávido
por mais aventuras na Terra-Média, hobbits, elfos e até orcs. Nessa resenha procurei não me prolongar
demais, além de não revelar todos detalhes sobre o enredo. Acredito que muitos
conhecem a história de como O Hobbit foi concebido, uma folha de papel em
branco e uma frase aparentemente sem sentido, “Num buraco no chão vivia um
hobbit...” Assim se iniciou uma das mais importantes histórias de fantasia de
todos os tempos.
ALERTA:
O texto abaixo contém informações que podem ser consideradas spoilers!
"Numa
toca no chão vivia um hobbit. Não uma toca desagradável, suja e úmida, cheia de
restos de minhocas e com cheiro de lodo, tampouco uma toca seca, vazia e
arenosa, sem nada em que sentar ou o que comer: era a toca de um hobbit, e isso
quer dizer conforto."
Essa
é a história de Bilbo Bolseiro, um hobbit morador do Condado, que como todos os
hobbits aprecia boa comida e uma boa erva-de-fumo, e não tem apreço algum por
aventuras. Sua vida transcorre tranquila até que o enigmático Mago Gandalf vai
ao seu encontro, e a partir disso, tudo toma um rumo totalmente diferente. Além
de Bilbo e Gandalf, temos como personagens centrais da trama a companhia dos
anões, composta por 13 membros: Dwalin, Balin, Dori, Nori, Ori, Oin, Gloin, Bifur,
Bofur, Bombur, Kili e Fili, além de seu líder Thorin Escudo-de-Carvalho,
herdeiro de Erebor, a Montanha Solitária. Bilbo é contratado como ladrão da companhia,
e apesar de sua relutância inicial acaba partindo de sua pacata vida pra uma
grande aventura, o objetivo é “simples”, recuperar o tesouro das mãos do terrível
dragão Smaug.
An Unexpected Party - Alan Lee |
A
companhia enfrenta inicialmente trolls, é nesse trecho que Bilbo consegue sua
espada Ferroada, que mais tarde pertenceria a Frodo. Em seguida, somos
apresentados a Valfenda - A Última Casa Amiga, lar de Elrond Meio-elfo, onde
eles descobrem um segredo no mapa que possuem, há uma entrada secreta em
Erebor. Seguindo seu caminho, nas Montanhas Sombrias são atacados por orcs, e é aqui
que algo que parecia não ter tanta importância acontece, Bilbo encontra Gollum,
e o Um Anel, um aparente anel mágico da invisibilidade que anos mais tarde se
revelaria como o mais perigoso artefato da Terra-Média. Bilbo e Gollum se enfrentam
num desafio de charadas, e no fim o hobbit fica com tal item.
The Riddle Game - Ted Nasmith |
De
volta à companhia de Gandalf e dos anões, são cercados por orcs e wargs e
somente com ajuda das águias conseguem escapar. Seguem até o lar de Beorn, um
troca-peles onde recuperam suas forças. A viagem prossegue pela Floresta das
Trevas agora sem Gandalf, onde enfrentam aranhas gigantes e os anões são
capturados por elfos do rei Thranduil (pai de Legolas), com ajuda de seu anel,
Bilbo invisível consegue livrar seus companheiros, que descem o rio dentro de
barris até Esgaroth, a Cidade do Lago, já próxima à Montanha Solitária. É
através da porta secreta que o ladrão da companhia deve se esgueirar para o
interior de Erebor. Invisível, Bilbo encontra Smaug, e se identifica como
cavaleiro do barril, isso acaba despertando a fúria do dragão contra a Cidade
do Lago. Bard, o arqueiro derrota Smaug atingindo-o em seu único ponto vulnerável.
Beorn the Berserker - Hidelbrandt |
Bilbo
que havia encontrado a pedra Arken, o maior tesouro de Erebor, a esconde dos
anões. Thorin, agora o rei sob a Montanha, pede ajuda a seu primo Dain
Pé-de-Ferro, já que homens e elfos exigem uma parcela do tesouro de Erebor.
Para tentar evitar uma guerra, Bilbo entrega a pedra Arken aos homens, o que
deixa Thorin profundamente ressentido. Nesse ínterim Gandalf retorna, alertando
pra um grande exercito de orcs e wargs que se aproxima, anões, elfos e homens
se unem para enfrentar um inimigo em comum, na chamada Batalha dos Cinco Exércitos,
participam também as águias e o troca-peles Beorn. Os orcs são derrotados,
porém há perdas irremediáveis do lado dos anões, a aventura tinha chegado ao
fim, restava agora o retorno pra casa.
Smaug the Golden - John Howe |
O
Hobbit tem um tom mais leve quando comparado ao Senhor dos Anéis, a história é
mais curta, porém cheia de reviravoltas e muita ação, um ponto que certamente
merece destaque são as canções, sobretudo as cantadas pelos anões em “Uma Festa
Inesperada”, na casa de Bilbo. Apesar de Tolkien descrever bem cada anão,
inclusive a cor de seus mantos, é notório que há pouco tempo para explorá-los
individualmente, afinal o foco é todo para nosso simpático Bilbo, que certamente
é o hobbit mais simpático da Terra-Média. Um livro indicado pra todas as
idades, porta de entrada ideal para o mundo de fantasia criado pelo Professor, se
você caro leitor ainda não leu, não perca tempo, adentre a esse belo cenário
repleto de surpresas inimagináveis.
Até
a próxima!!!
Fala, Yanker! Fico feliz de ler a continuação das postagens com resenhas das obras do Professor por aqui! Ao contrário de você eu só fui ler O Hobbit muito recentemente e já carregava boas referências visuais dos filmes comigo quando o fiz, mas isso não atrapalhou a leitura em momento algum. A jornada de Bilbo é bem envolvente e me identifiquei muito com ele desde a relutância inicial em abandonar sua confortável toca de Hobbit e partir do Condado até o jeito pacífico mas assaz estratégico com que conduziu o desfecho da batalha final.
ResponderExcluirNão poderia me esquecer da sensação de admiração e estupefação absurdas que tive ao ler a "simples" descrição do Smaug deitado displicentemente sobre o tesouro: "ouro além de qualquer preço ou conta". Tolkien constrói cenas como ninguém! E o jogo de charadas? Eu perderia na primeira para o Gollum! :D
Eu conheci o Professor com SdA mas também indicaria O Hobbit primeiro para os iniciantes. Realmente ele é mais leve, mais fluido e não perde em fazer mágica com a nossa imaginação quando lido. Nem preciso dizer que curti sua resenha e de como foi bom relembrar alguns destes momentos. Parabéns pelo conteúdo e que venham as próximas! Abraço! o/
Airechu
Navegador da nave Interlúdio, navegando pelo Multiverso X
http://multiversox.com.br
Valeu Airechu! Ah, com certeza também perderia de primeira no jogo de charadas rsrs. Está sendo bem gratificante relembrar as leituras das obras do Professor, em breve a resenha do Silmarillion deve aparecer por aqui.
ExcluirGrande abraço!!!