08 outubro 2016

As Crônicas de Conan – Volume 1: A Torre do Elefante e outras histórias


Saudações caros leitores, hoje iniciamos uma nova seção em nosso blog, já faz um tempo que venho cogitando a idéia de falar de quadrinhos por aqui também, afinal as HQs tem lugar cativo na minha estante, já que é a minha coleção mais antiga, além de ser base de inspiração pra outras coleções, como a de action figures, sobretudo Marvel Legends. Pra iniciar, vou trazer a resenha de um encadernado de um de meus personagens favoritos, sem mais delongas vamos ao que interessa, com vocês “As Crônicas de Conan”.

Como disse anteriormente, quadrinhos são minha coleção mais antiga, apesar de ter grandes intervalos longe deles. Conan é com certeza um de meus personagens favoritos, ainda que tenha começado a ler sua revista tardiamente. Hoje vamos fazer alguns comentários sobre o encadernado publicado pela Mythos Editora, que traz as primeiras edições do cimério de bronze.

As Crônicas de Conan – Volume 1: A Torre do Elefante e outras histórias.

Ficha técnica
Capa dura, 180 páginas coloridas, formato (18,5 x 27,5 cm), lançamento em maio de 2016 pelo selo Mythos Books, preço sugerido: R$ 79,90.
Traz a compilação dos números 1 a 8 de Conan, the Barbarian, publicados originalmente entre outubro de 1970 e agosto de 1971.


Nas páginas 8-9 há um lindo mapa Hiboriano colorido, e segundo consta, foi produzido por um leitor (Vagner Silva) e cedido à Mythos Editora. O mapa é extremamente detalhado, um pena ser em página dupla, que apesar de ter um tamanho maior, acabamos perdendo um pouco da arte em sua junção. Nas páginas antes do início de cada história há a reprodução das capas originais e sua data de publicação, além dos créditos do desenhista, que no caso das oito edições publicadas foram executadas por Barry Windsor-Smith.

ALERTA: O texto abaixo contém informações que podem ser consideradas spoilers!

Vamos a alguns comentários sobre cada história, com seus dados de publicação também aqui no Brasil.

O Advento de Conan (The Coming of Conan) - outubro de 1970
Roteiro: Roy Thomas Desenhos: Barry Smith Arte-Final: Dan Adkins
Essa história foi publicada pela primeira vez no Brasil pela editora Bloch, em Conan, O Bárbaro #1 (1976); republicada em Heróis da TV #40 (1982) e A Espada Selvagem de Conan #196 (2001), ambas da Editora Abril.
Aqui somos apresentados a um jovem Conan, que luta como mercenário ao lado dos vanires, contra os aesires. Mostrando um grande ímpeto em batalha logo conquista o respeito de seus aliados e o temor de seus adversários. A trama envolve ainda um feiticeiro e sua pedra estelar, que auxilia o líder dos aesires, utilizando seres alados de outra dimensão para atacar Conan e os vanires. A história é simples, mas bem executada, ainda mais se tratando da estréia de um personagem já conhecido da literatura fantástica.

Conan The Barbarian #1
(Marvel Comics - 1970)

O Covil dos Homens-Fera (Lair of the Beast-Men) - dezembro de 1970
Roteiro: Roy Thomas Desenhos: Barry Smith Arte-Final: Sal Buscema
História publicada pela primeira vez no Brasil pela editora Bloch, em Conan, O Bárbaro #1 (1976); republicada em Heróis da TV #37 (1982) e A Espada Selvagem de Conan #196 (2001), ambas da Editora Abril.
Conan vaga pelo gelado reino de Asgard, quando é capturado por uma raça de símios humanóides, levado pra um reino subterrâneo onde humanos são escravizados, forçado a lutar na arena, o cimério inicia uma revolta que culmina com a destruição do reino. A história poderia até se chamar Conan no Planeta dos Macacos, podemos notar uma clara melhora no roteiro e na arte, mais uma história simples e bem contada.

O Crepúsculo Deus Cinzento (Twilight of the Grim Grey God) - fevereiro de 1971
Roteiro: Roy Thomas Desenhos: Barry Smith Arte-Final: Sal Buscema
Publicada pela primeira vez no Brasil pela editora Bloch, em Conan, O Bárbaro #2 (1976); republicada em Heróis da TV #41 (1982) e A Espada Selvagem de Conan #197 (2001), ambas da Editora Abril.
Agora na Hiperbórea, ao escapar mais uma vez do cativeiro, Conan tem um encontro com o deus cinzento, em seguida acaba se envolvendo na guerra entre brithunianos e hiperbóreos, que culmina na morte dos dois reis. Essa história é uma adaptação do conto “The Grey God Passes" de Robert E. Howard (criador de Conan), aqui temos referências a mitologia nórdica, como o deus Borri e suas coletoras de finados, uma alusão clara a Borr, pai de Odin e as Valquírias.

A Torre do Elefante (The Tower of the Elephant) - abril de 1971
Roteiro: Roy Thomas Desenhos: Barry Smith Arte-Final: Sal Buscema
Publicada pela primeira vez no Brasil pela editora Bloch, em Conan, O Bárbaro #2 (1976); republicada em Conan, O Bárbaro #2 (1992) e A Espada Selvagem de Conan #197 (2001), ambas da Editora Abril.
História que nomeia o encadernado, agora encontramos o cimério em Zamora, mais precisamente na cidade de Arenjun, agindo como ladrão invade a cintilante Torre Elefante, em busca de uma jóia mística. Conan se depara com Yag-Kosha, um ser estelar com feições de elefante aprisionado na torre. Também baseada num conto de Howard, "The Tower of the Elephant" é uma das mais clássicas histórias do cimério de bronze.

A Espada Selvagem de Conan #197
(Editora Abril - 2001)

A Filha de Zukala (Zukala's Daughter) - maio de 1971
Roteiro: Roy Thomas Desenhos: Barry Smith Arte-Final: Frank Giacoia
Publicada pela primeira vez no Brasil pela editora Bloch, em Conan, O Bárbaro #3 (1976); republicada em Conan, O Bárbaro #47 (1996) e A Espada Selvagem de Conan #198 (2001), ambas da Editora Abril.
Em um povoado remoto de Zamora, o cimério oferece seus serviços de mercenário à população, para livrar-los dos altos tributos cobrados por um feiticeiro e sua filha, Zephra. Porém, a jovem se apaixona pelo cimério, enfrentando seu pai e um demônio por ele invocado. Inspirado no poema “Zukala's Hour” de Robert E. Howard.

Asas Demoníacas sobre Shadizar (Devil-Wings Over Shadizar) - junho de 1971
Roteiro: Roy Thomas Desenhos: Barry Smith Arte-Final: Sal Buscema
Publicada pela primeira vez no Brasil pela editora Bloch, em Conan, O Bárbaro #3 (1976); republicada em Superaventuras Marvel #4 (1982) e A Espada Selvagem de Conan #198 (2001), ambas da Editora Abril.
Ainda em suas andanças por Zamora, o cimério chega à cidade de Shadizar. Em uma taverna conhece a bela Jenna, encantando então, acaba convencido a fundir todo seu ouro em uma única peça em formato de coração, após isso enquanto troca calorosos beijos com a jovem, são surpreendidos por membros de uma seita, que a levam para ser sacrificada a uma criatura ancestral, o deus noturno.

O Deus na Urna (The Lurker Within) - julho de 1971
Roteiro: Roy Thomas Desenhos: Barry Smith Arte-Final: Dan Adkins & Sal Buscema
Publicada pela primeira vez no Brasil pela editora Bloch, em Conan, O Bárbaro #4 (1976); republicada em Conan, O Bárbaro #47 (1996) e A Espada Selvagem de Conan #199 (2001), ambas da Editora Abril.
Indo para a Numália, Conan salva uma nobre do ataque de lobos, como agradecimento ela o leva para a cidade e o contrata pra roubar uma precisa urna, o cimério acaba sendo acusado de assassinato porém o verdadeiro perigo está na urna. Adaptado da história "The God in the Bowl” de Howard, traz a primeira aparição do feiticeiro Thoth-Amon.

Conan, O Bárbaro #4
(Editora Bloch - 1976)

Os Guardiões da Tumba (The Keepers of the Crypt) - agosto de 1971
Roteiro: Roy Thomas Desenhos: Barry Smith Arte-Final: Sutton & Palmer
Publicada pela primeira vez no Brasil pela Minami & Cunha Editores em Conan, O Bárbaro #3 (1972). Republicada em Conan, O Bárbaro #4 (1976) da Editora Bloch; Superaventuras Marvel #5 (1982) e A Espada Selvagem de Conan #199 (2001), ambas da Editora Abril.
Essa é a última história do encadernado, depois de se livrar de uma tropa de soldados da Numália, Conan em busca de água, entra em cidade abandonada, após enfrentar um “dragão” é surpreendido por um dos soldados ainda vivo, os dois entram em um templo onde se deparam com um grande tesouro, porém ele é guardado por criaturas terríveis. Adaptada de um fragmento de um conto inacabado de Howard, "The Hall of the Dead".

Posfácio (Por Roy Thomas)
Uma divertida narrativa de como os direitos de Conan foram adquiridos pela Marvel, a escolha do desenhista, e o desenvolvimento dos primeiros roteiros. Há também alguns desenhos de Barry Smith.

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Aqui temos um Conan ainda jovem e não tão corpulento, em busca de aventuras e longe de sua terra natal, a Ciméria. Acompanhamos seus passos por diversos reinos, daí a utilidade do mapa, onde o leitor pode ir se situando geograficamente. São histórias anteriormente publicadas no Brasil, mas dessa vez com um formato e tratamento de imagem superiores.

A Mythos fez um belo trabalho nesse encadernado, ele foi publicado originalmente em 2003, pela Dark Horse, detentora dos direitos de Conan atualmente, é uma coleção bastante extensa, que vem republicando as histórias do cimério, e já passa de 30 edições. As histórias aqui contidas tem uma ótima qualidade narrativa, percebe-se claramente a evolução do roteiro no decorrer das edições, principalmente quando são adaptadas obras originais. Assim como o traço de Barry Smith, que vai melhorando a cada edição. Essas histórias receberam indicações ao Academy of Comic Book Arts Awards na categoria de Best Individual Story e Best Writer (Dramatic Division) e sendo vencedora na categoria Best Continuing Feature em 1971.


É sem dúvida uma aquisição obrigatória para fãs do Cimério de Bronze, ou pra aqueles que querem ler algo no estilo espada e feitiçaria. O único porém é o preço, que é um pouco salgado, em relação ao número de páginas, o que é explicado pela baixa tiragem. A melhor maneira de adquirir é ficar de olho no site da Mythos, onde volta e meia surgem promoções, ou em mega stores, onde é possível comprar com bons descontos.

A Myhtos disponibilizou um preview desta edição que você pode ver clicando AQUI!

Agora vamos torcer pra Mythos dar continuidade a essa série fantástica e enfim ter o material clássico do cimério completo e em formato de luxo, por Crom!

2 comentários:

  1. Excelente trabalho!

    Eu acompanhei pouca coisa do Conan. Só vi A Espada de Skelos e O Templo do Tigre. Via mais Kull, o Conquistador e Sonja, a Guerreira. Mas não era por preferência, mas por pura circunstância, já que Conan não era publicado nas revistas que comprava.

    Li alguns números de A Espada Selvagem de Conan, na época em que os números ainda estavam nos dois dígitos. E como estava na pré-adolescência na época, foi algo bem... apimentado em vários sentidos.

    E esta é mais uma obra de ficção com um universo riquíssimo. É bem interessante ver que ele esteve em Asgard e lutou com os aesires. Até imaginei como seria se ele se encontrasse com Thor, mas pelo visto ele é da época de Borr, então seria impossível.

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    Respostas
    1. Obrigado Usys! O Roy Thomas fez um belíssimo trabalho à frente do título, digno sem dúvidas do autor original. Comecei a ler Conan tardiamente, mas consegui algum material mais antigo pra tentar recuperar o tempo perdido. Também li alguma coisa de Kull, Sonja e Solomon Kane, mas tive mais acesso a materiais do cimério. Interessante você ter falado de um encontro entre Thor e Conan, e se eu disser que isso aconteceu, numa história da série "What if...?" no início da década de 1980, sendo publicada aqui no Brasil também na extinta Grandes Heróis Marvel da Abril. Bem, quem sabe isso não seja material pra uma próxima postagem, rsrs.
      Grande abraço!!!

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